segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ERA Z - DIA 22

Blumenau, 26 de agosto de 2013

08:16 - Finalmente em casa! Nosso grupo já havia nos dado como mortos e o protocolo Red Queen já estava em rigor (a segunda na ordem de sucessão do comando assume em caso de morte ou desaparecimento por mais de 24h do lider do grupo). Vou contar tudo desde o começo...

Blumenau, 23 de agosto de 2013

22:10 - Prontos para a missão de reconhecimento, estamos equipados com facões, balestras e três pistolas que só serão utilizadas em últimos casos. Eu vou liderar uma equipe composta de quatro pessoas que irá passar de casa em casa na vizinhança procurando qualquer sinal de vida, ou de falta dela. Evitaremos ao máximo o contato com infectados e só entraremos em combate com eles em últimos casos. A missão será rápida e simples, apenas nas ruas que cercam a minha, delimitar um perímetro de segurança e então voltamos em segurança para casa. Até logo...

Blumenau, 24 de agosto de 2013

03:32 - Estamos realmente ferrados! Ao redor de casa estava tudo limpo, decidimos ir mais além... Foi a pior burrada de todas. Estávamos nos deslocando a pé e mantendo o máximo silêncio possível, resolvemos ir até o quartel ver como estava a situação por lá. O quartel fica cerca de 1 km da minha casa, quando chegamos na rótula do Zendron o bicho pegou! Nem consegui contar o número de infectados, estavam ali agrupados, andando sem rumo, bastou a luz de uma lanterna passar por um deles para que todos nos vissem, a sensação foi totalmente diferente do que a que senti no confronto anterior, dessa vez não tínhamos os muros nem o portão de casa para nos defender, nosso escudo era nosso próprio corpo. Sem pensar duas vezes sinalizei para bater em retirada. Os três que estão comigo são altamente treinados e coordenados, não me arriscaria a vir sem o grupo certo. Não tínhamos mais como voltar para base pois o caminho de volta estava cheio deles, corremos então na direção do nosso objetivo secundário, o quartel.

Para nossa sorte eles são lentos, mas mesmo lentos nos oferecem um grande risco, pois estão num grupo enorme, conseguimos correr até a igreja Santo Antônio, foi difícil entrar, tivemos que escalar por cima do container de lixo, imaginei que eles não teriam tal destreza para fazer o mesmo, que estaríamos seguros aqui dentro, mas a persistência deles é maior que sua agilidade. Na pressa nem fizemos a segurança do local e o portão lateral estava aberto, sei la desde quando, mas já foi o suficiente para que alguns entrassem aqui. O terreno que eles possuem é bem grande, corremos em direção as portas principais da igreja que obviamente estavam trancadas. Demos a volta ao redor da mesma e nada, até que lembrei da casa do padre, que havia sido palco de uma terrível tragédia alguns anos atrás. Entramos pela porta dos fundos e estamos aqui até agora, o nosso rádio não tem alcance para falar com a base, mandei um SMS para lá, espero que tenham visto. Vamos ficar por aqui até a poeira baixar, não conseguiram entrar no terreno da casa pelo menos, mas ainda estão lá do lado de fora da cerca. 

07:01 - Parece que devido a falha de conexão meu SMS só chegou agora, e logo me responderam, queriam me enviar um grupo de resgate, mas neguei na hora, não posso por a vida de mais pessoas em risco e até o momento estamos bem. Solicitei para que continuem com tarefas diárias da casa e que não voltaríamos para base em quanto não tivéssemos despistado todos, seria loucura chegar correndo com todos os infectados na nossa cola... A bateria do meu celular está acabando, vou mantê-lo desligado para poupa-la.

Blumenau, 26 de agosto de 2013

06:07 - Acordamos com o barulho de carros e motos aqui fora. Não podemos entregar nossa posição então demos apenas uma espiada para ver do que se tratava, imaginei que fosse o exército limpando um perímetro ao redor do quartel, que nada, era um grupo de mercenários, estavam ali por diversão, sentiam prazer a cada infectado que matavam. Em quinze minutos o pátio da igreja estava limpo, vamos esperar todos irem embora para podermos voltar para casa.

07:43 - Chegamos em casa! O trajeto até aqui não foi nada fácil, só conseguimos sair de lá porque aqueles mercenários limparam tudo, não sobrou um infectado dentro da área de igreja. Voltamos por um trajeto alternativo, já vi que não é uma boa ideia passar pelas ruas principais. Passamos por dentro de terrenos, a maioria das casas na rua geral tem o muro baixo, para nossa sorte. Vimos apenas um infectado na rua de baixo da minha, estava ali apenas por estar, sem motivo algum. O primeiro tiro da balestra que efetuei passou de raspão no ombro e sumiu no mato atrás dele, não é tão fácil acertar um alvo em movimento, o segundo foi certeiro, pegou em cheio no olho dele, fazendo-o cair morto no chão. 

A cidade está totalmente deserta, tudo fechado, inúmeros carros abandonados na rua. Foi como eu previa, o deslocamento por veículos está fora de cogitação por enquanto. O que mais me chocou foram os corpos espalhados na rua, alguns de infectados, outros não. Todos dilacerados, alguns tinham em várias partes do corpo apenas os ossos, não é uma cena muito agradável. Vou tomar um banho, estou imundo, logo volto a postar para contar tudo, que começou com um reconhecimento simples de área e quase terminou em uma tragédia para o nosso grupo. 
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